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Câmbio, Investimentos, Política

Com dólar mais caro, investidores estrangeiros desembarcam no Brasil

9 de novembro de 2015 2

investidores estrangeiros

Quando se fala em desvalorização do real, achamos muito ruim para o Brasil. Mas também há o lado positivo.

O valor do dólar não é determinante, mas tem um peso grande na decisão de investimento. Os investidores estrangeiros estão de olho nessa oportunidade de preços baixos. E está aumentando diariamente o número de investimentos no Brasil por causa do câmbio. Uma pesquisa mensal feita pela PwC Consultoria mostra que o movimento das fusões e aquisições no país aumentou e deve ultrapassar o de investidores brasileiros, em número de negócios, até o final do ano. Em setembro, a comparação está equilibrada, em 50% brasileiros e 50% estrangeiros.

Segundo a consultoria, não víamos um movimento desses desde 2010, quando tínhamos a perspectiva de crescimento da nossa economia. A diferença agora é que mesmo com a perspectiva de recessão, os estrangeiros estão enxergando a oportunidade e apostando nisso. O aumento das dívidas devido à alta dos juros e da queda da demanda de produção causa nas empresas a fragilidade financeira de que os investidores precisam, sendo essa vulnerabilidade enxergada como oportunidade para quem tem os recursos para investir. Como isso reduz o poder de negociação dos vendedores, os compradores barganham e chegam a preços muito atrativos.

Outro aspecto a se considerar é a possibilidade do Fed (Banco Central Americano) aumentar os juros em dezembro. Em um primeiro momento a moeda brasileira pode se desvalorizar um pouco mais, mas tende a se estabilizar após algumas semanas, o que permite a decisão de se investir ou não em países emergentes, como o nosso. E o Brasil vai interessar a muita gente, pois a alta dos juros e a desvalorização do real garantem um bom retorno aos investidores.

O Brasil está barato e para os fundos de private equity, que compram participação em empresas para vender no futuro com lucro, o momento é ideal. A volatilidade momentânea do dólar adiou um pouco os investimentos, mas agora o cenário está mudando e a insegurança é menor. Os bancos de investimento estimam que R$ 150 bilhões de ativos estão à venda no país.

Quem dera que os investimentos fossem feitos para impulsionar as empresas desde o começo, desde a concepção da empresa, mas infelizmente não é isso o que acontece. Pelo momento que vivemos, já é bastante interessante para o Brasil atrair empresas multinacionais e fundos de investimento que podem ajudar a fazer uma certa arrumação no setor produtivo que está sofrendo tanto.

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