X

Saul Sabba

Outros assuntos
O que podemos concluir na retrospectiva econômica de 2016?
23 de dezembro de 2016 at 15:49 0

sauls_2016_12_23_facebook

Já era esperado que 2016 seria um ano difícil economicamente, depois de tanta tensão acumulada no processo do impeachment que se arrastou em 2015. O interessante é que o ser humano mantém a esperança e o ano novo renova este sentimento de uma maneira curiosa: as nossas expectativas são reajustadas de acordo com as possibilidades do novo ano e não como resultado de todas as decisões que fizemos no anterior.

O circuit breaker da bolsa chinesa logo na primeira segunda feira de 2016 foi, entretanto, um choque de realidade. Todo o mundo foi afetado e pego de surpresa pelo inédito encerramento das atividades da Bolsa de Valores da China, que acarretou queda da BM&FBovespa e disparou o dólar para acima dos R$ 4,00. Como se essa notícia não fosse o bastante, logo em seguida o governo brasileiro acabou com a isenção fiscal para despesas educacionais, hospitalares e de serviços turísticos no exterior.

Até a conclusão do impeachment o Brasil sofreu as piores perdas de credibilidade na economia. A recusa do governo em assumir a gravidade da crise sofreu um baque quando a Moody’s cortou dois níveis da nota brasileira e passou a classificar o Brasil como “junk”. Perdemos o grau de investimento e com ele a credibilidade, mas, especialmente, o capital.

O impeachment foi a grande reviravolta que o Brasil sofreu em 2016. A quebra no poder foi dramática em todos os sentidos, especialmente na nossa política econômica. O Governo Dilma protelou em admitir a crise, em executar medidas que a contivesse ou mesmo em planejar a recuperação do país. Temer assumiu com o compromisso de executar as reformas fiscal, previdenciária e conter os gastos públicos em um dos piores momentos políticos pelo qual o país já passou.

A sensação de confiança do mercado, entretanto, deu os sinais positivos que o governo precisava para iniciar com a chamada PEC do Teto e, com isso, criar sua primeira grande crise.

Não é de se espantar que o país fervilhou nesse período. A internet e as redes sociais amplificaram a mudança do comportamento dos cidadãos e mostraram que o eleitor tem exigido participar dos processos políticos. A nova geração não apenas compartilha informação e promove manifestações através dos aplicativos, mas eles modificaram a maneira de se relacionar com o mundo e fazer negócios em 2016. As redes tradicionais de televisão, por exemplo, se sentiram ameaçadas pelo Netflix e, ao mesmo tempo que fizeram mudanças para atrair o consumidor, pressionaram o plenário para proteger os interesses do segmento.

É interessante notar como é a tecnologia quem vem mostrando que o país só perde pela maneira como alguns segmentos econômicos são estruturados no Brasil. O próprio sistema bancário é alvo de análises nesse sentido, já que a alta concentração tem sido acusada de ser a grande responsável pelas dificuldades na obtenção de créditos. Repensar o sistema bancário, com desintermediação bancária e facilitação de levantamento de capitais pode ser uma alternativa à crise e que acompanha a evolução da sociedade nos últimos anos.

O Novo Mercado da Bolsa de Valores também sofreu algumas reformulações em 2016. Foram medidas importantes que protegem os minoritários, uma bandeira que carrego desde o início da minha carreira, pois acredito que dá credibilidade ao mercado. As questões de governança corporativa estão muito em alta no momento e precisam ser debatidas com seriedade e cautela, não apenas por motivos midiáticos. A Bolsa brasileira ainda precisa muito evoluir, especialmente no mercado de balcão. O ano de 2016 mostrou que a economia da tecnologia tende a crescer e necessita de uma Bolsa que atenda suas especificidades.

Como dizem os nossos jovens, 2016 chegou na season finale. Foi um ano agitado, intenso, acelerado, mas parece ter cumprido o seu propósito: chacoalhou as coisas, mexeu com as pessoas, acordou o país. Como bom brasileiro, vou olhar para 2017 com as possibilidades que ele nos traz. Um novo, em branco, para ser escrito com a sabedoria que 2016 nos deu.

Feliz ano novo!

Leia mais
Outros assuntos, Política
Desigualdade de gênero no mercado de trabalho
8 de dezembro de 2016 at 09:58 0

sauls_2016_12_07_facebook

O tema da desigualdade de gênero no mercado de trabalho é espinhoso não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. Desde países onde a economia está mais avançada aos mais pobres, a diferença no tratamento das mulheres em relação aos homens é uma questão que deve ser debatida com atenção especial. A economia mundial agradece, eu explico por que.

A última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio do Brasil, Pnad, mostrou que as mulheres são 51,4% da população e respondem pelo sustento de 37,3% das famílias. O IBGE estima que elas ainda têm, em média, cinco horas semanais de trabalho a mais - e não contabilizadas - que os homens, referentes aos trabalhos domésticos. Mesmo assim, ganham menos que os homens e ocupam menos posições de chefia (apenas 7,4%, segundo a FGV).

Se continuarmos no mesmo ritmo, estima-se que as coisas ainda demorarão muito a mudar: os salários só serão os mesmos em 2085. Apenas em 2213 teremos 51% de altas executivas, a mesma proporção de mulheres na população em geral. Na política, as vagas serão proporcionais em 2083 no Senado, em 2160 nas Câmaras Municipais e 2254 na Câmara dos Deputados.

Mesmo em países mais avançados existe essa discrepância. Os EUA estimam que ainda demora 40 anos para uma taxa de ocupação igualitária em altos cargos executivos. Para um efeito mais imediato, Suécia e França estipularam cotas em conselhos e o Reino Unido fez uma grande campanha para que governo e corporações firmassem compromissos públicos.

Essa desigualdade cobra um alto preço. As mulheres tomam a maior parte das decisões no orçamento doméstico, logo, é natural que um orçamento maior e mais independência reflitam diretamente em toda a economia do país. Além da correlação entre o PIB e a igualdade salarial, a qualidade dos gastos melhora, uma vez que os investimentos preferencialmente escolhidos por elas são na área de saúde, educação, segurança e bem-estar.

Horários flexíveis, ampliação na rede de cuidados infantis (berçários, creches, escolas de tempo integral) e ações no sentido de qualificá-las para o empreendedorismo são algumas medidas que podem valorizar e promover maior presença das mulheres no mercado, além de beneficiarem todos os colaboradores. Proporcionar a construção dessas carreiras é uma das metas do Fórum Econômico Mundial. É interessante ver como esse ingresso no mercado modifica a qualidade do ambiente de trabalho e de toda a sociedade.

Já o mercado financeiro é uma área muito competitiva. Para as mulheres, especificamente, construir uma carreira nesse meio é questão de talento e também oportunidade. Tenho orgulho de ser CEO de uma empresa que conta com mais de 40% dos cargos de chefia ocupados por mulheres e seria demagogo da minha parte não utilizar esse conhecimento.

Nosso segmento privilegia a performance e consistência na execução de processos, portanto a capacitação e inteligência corporativa colocam essas mulheres em posição privilegiada, com mais poder do que imaginamos. Elas vêm conquistando cada vez mais espaço nas corporações e no mercado de trabalho como um todo. Ainda bem!

Há muito o que melhorar nesse sentido. A BM&FBovespa divulgou em novembro a 12ª carteira do ISE e apenas 50% das empresas conta com uma ou mais mulheres participando efetivamente em seus Conselhos de Administração – número menor que em 2015. Devemos, entretanto, destacar que 81% das empresas do índice acredita que é importante alcançar a igualdade de gênero.

O tema, felizmente, avançou do discurso social para o campo econômico e, como sabemos, o dinheiro fala alto. Investir nas líderes é mais do que usar o discurso feminista, é abrir caminho para uma gestão que beneficie a todos igualmente, gere lucros e melhore a reputação da empresa. Apostem nisso!

Leia mais
Outros assuntos
A Teoria do Copo Cheio
2 de dezembro de 2016 at 17:55 0

sauls_2016_12_02_facebook

Existe uma teoria econômica autoexplicativa que muitas vezes é utilizada para expor a razão do momento econômico de uma forma bastante simples, principalmente para responder as questões de “por que a economia não reage” e “quando ela voltará a crescer”, que estão no centro das expectativas do nosso dia a dia, tornando este assunto como uma variável bastante relevante para nós.

A teoria do copo cheio, faz uma analogia bastante simplista, porém bastante explicativa e sem economês, imaginando que o copo é a matriz econômica e o nível de água que está no copo é a capacidade de consumo, fazendo com que o nível seja flutuante e se movimente conforme as atividades e a capacidade das pessoas de consumir. O nível aumenta na medida em que as pessoas vão se endividando, perdendo emprego ou mesmo diminuindo o consumo pela falta de confiança. Conforme os estímulos da economia, o nível aumenta, especialmente quando fomentados pelo crédito e alavancagem dos financiamentos em geral.

Assim, com todos os anos de aumento de estímulos e farto crédito, chegamos a este momento em que o nível da água está quase transbordando o copo. Enfim, ele está completamente cheio.

O tempo é fator racional que explica a analogia do copo cheio em relação à teoria econômica baseada no consumo, como é a do Brasil. A atividade econômica é recuperada pelo TEMPO, uma vez que a “evaporação” diminui o nível da água e faz com que as pessoas voltem a consumir e manter essa capacidade. Enfim, não tem mágica. Somente com a evaporação da água do copo é que o nível de água voltará ao normal.

Foi assim que aconteceu na crise americana, em que uma grande parte da população adquiriu crédito hipotecários, as chamadas mortgage, e isso acabou por destruir a capacidade dos indivíduos de consumirem por um longo período. Durante o período entre 2009 a 2011, os grandes magazines americanos, Bloomingdale’s, Macy’s, Saks Fifth Avenue e outros, estavam abarrotados de turistas, com os poucos americanos comprando estavam catando pechinchas nos outlets. Agora é nossa vez de catar pechinchas, já que possivelmente teremos o pior Natal do comércio em décadas.

Como diriam os americanos: the consumers are gone, ou, em bom português, os consumidores se foram.

Lá nos EUA a teoria do copo cheio também prevaleceu. O processo de recomposição de renda do indivíduo levou quase 4 anos e foi acompanhada de vários estímulos. O principal deles foi o crédito com menor alavancagem e taxa inicial de juros muito baixa, o que prevalece até hoje.

Voltando ao plano interno, acredito que o Banco Central já está percebendo que a retomada da economia não deverá ser tão rápida como alguns agentes econômicos esperavam. Inicialmente a estimativa do PIB para 2017 foi de 2% positivo, posteriormente reajustada para 1,5% e agora fala-se em 1%, caminhando para zero em 2017.

Retornamos à "teoria do copo cheio" que, por mais simples que pareça, é a única realidade conhecida no momento. O fator tempo é considerado na medida em que a recomposição da renda se dá com a capacidade da economia em reagir, principalmente pelo lado do consumo. Não adianta reativar somente o crédito se o consumidor não tem capacidade de pagar. O patamar dos juros deverá ter um papel importante neste contexto, para que a equação consumo, crédito e capacidade de pagamento aconteça.

Assim, o ponto de partida se dará pela queda dos juros como, talvez, o único fator momentâneo. Isso poderá trazer algum estímulo aos consumidores e, consequentemente, reanimar a economia como um todo, alinhado pelo conjunto de reformas necessárias, inclusive fiscal e previdenciária.

Tomar medidas firmes é necessário para governar um país rumo ao desenvolvimento econômico, mas a história mostra que é possível. Faltando apenas 30 dias para encerrar o ano, o momento é planejar.

Leia mais
Outros assuntos, Política
O impacto de Trump na nossa economia
23 de novembro de 2016 at 07:50 0

card_sauls_22_11

As pesquisas de opinião e previsões de especialistas mais uma vez não se confirmaram e deixaram o mundo perplexo. Tem se tornado uma constante que os prognósticos mais improváveis, como a votação do Brexit, na Europa, e a vitória de Donald Trump para a Presidência dos Estados Unidos se tornem realidade e surpreendam a todos. Estamos, sem dúvida, caminhando para um período de incerteza absoluta, inclusive se considerarmos, no caso das eleições norte-americanas, que as últimas pesquisas davam uma pequena vantagem a Hilary Clinton - que se confirmou com a vitória da democrata na votação popular.

A política econômica do governo Obama foi fortemente apoiada na economia de mercado global, totalmente oposta da opção de Trump. O novo presidente tem a promessa de um mercado mais voltado para dentro, com objetivo de incluir novamente um maior contingente da população americana no mercado de trabalho, principalmente com as oportunidades que tem os imigrantes ilegais e o fechamento de postos de trabalho nos Estados Unidos para serem reabertos em outros países.

Apenas após a posse de Donald Trump é que poderemos efetivamente sentir se o discurso do candidato se materializa, uma vez que não são apenas seus atos e intenções que o tornam realidade. O que todos queremos saber, entretanto é o que significa exatamente a vitória do partido republicano para nós e outros países emergentes.

Mesmo em crise, os Estados Unidos são a maior economia do mundo, acredito, portanto, que se 30% das propostas sejam implementadas, o efeito pode ser devastador.

Nós já vivemos um momento semelhante de incerteza, quando Lula assumiu a primeira vez a Presidência da República. Naquela ocasião os mercados precificaram todas as promessas de campanhas e Lula teve que assinar uma carta compromisso prometendo não romper com os mercados como falou em campanha, além de repactuar o pagamento da dívida pública e se retratar com os mercados. Para dar credibilidade a estas ações, montou uma equipe econômica suprapartidária e reconhecida por sua qualidade técnica.

Essa é a tendência de todos os presidentes controversos: em um primeiro momento tomam medidas para acalmar os mercados e em seguida vão implementando as respectivas plataformas de campanha, de acordo com o apoio que receberam para se eleger. Isto acontece de maneira geral e não dá para avaliar se será apenas retórica todo o discurso de Donald Trump em campanha, como também não dá para fazer uma avaliação precisa dos novos passos que seriam dado daqui para frente. O que temos como dado positivo é a biografia empresarial do novo presidente

Avaliando a fundo o cenário, podemos dizer que a economia global e a própria globalização serão reavaliados. Tanto o Brexit quanto Trump receberam os votos contra a globalização dos mercados e a favor da proposta de reequilibrar os mercados pelo viés de maior proteção do mercado interno, ou seja, mais protecionismo, mais inflação e consequentemente mais juros com perspectivas de mais empregos em razão da menor competição externa.

Dessa forma, não dá para que as ações de Trump sejam muito diferentes de seu discurso e isso deve dar início a uma nova ordem econômica para o mundo atual. Economicamente, para os cidadãos americanos, poderá não ser ruim e é curioso ver que este foi o mesmo pensamento que norteou o voto do cidadão inglês, que optou por sair do mercado comum europeu, mesmo que não seja o pensamento de suas cidades principais, líderes e símbolos de globalização, Nova Iorque e Londres, respectivamente.

O fundamento dessas duas vitórias são os mesmos, pois os eleitores que venceram não foram dos grandes centros e mais importantes culturalmente, mas sim os dos estados mais afastados e menos incluídos no processo de globalização.

Para o Brasil, o momento anterior ao da eleição era de uma maior estabilidade e de previsibilidade da nossa economia baseada na vitória da Hilary. Consequentemente e de imediato, uma das possíveis consequências de um presidente polêmico como Trump é a volta da volatilidade nos mercados, câmbio, juros e bolsa que, até então, estavam comportados.

É quase certo também que aconteça um aumento nos juros americanos, o que já tinha sido sinalizado pelo FED e agora depende principalmente dos indicativos da política comercial dos EUA, no que diz respeito a barreira comercial de alguns mercados e até mesmo com aumento de tarifas de importação. O efeito nas relações comerciais, caso algumas promessas venham a ser cumpridas, deverão ser sentidas pelas maiores economias mundiais.

É extremamente relevante e impactante para o resto da economia mundial o efeito da economia do EUA, em razão da moeda norte americana ainda lastrear em todo o mundo as transações comerciais e as reservas dos outros países. O mundo desenvolvido tem vivido um momento de desinflação, juros negativos e baixo crescimento com altíssima liquidez no sistema financeiro, além de uma concentração de renda cada vez maior. Se alguém tem capacidade de mudar este jogo, bastando colocar em prática 30% de suas promessas de campanha, é Donald Trump juntamente com o apoio do Partido Republicano.

Em menos de uma semana vimos o câmbio dar um overshoot, desvalorizando em mais de 10% a moeda americana, e isto faz com que o custo dos hedges ficassem mais caros, com os juros futuros revertendo a tendência de queda dos bonds corporativos brasileiros. Com certeza fica mais caro investir no Brasil e o capital externo exigirá mais premium para vir a investir em nosso país ou outros mercados emergentes, pois a volatilidade do câmbio afasta investimento causado pela incerteza.

Todos sabemos que o impacto no dólar afeta diretamente componentes e produtos importados, que por sua vez comprometem a queda da inflação e, consequentemente, a trajetória de queda dos juros poderá ser mais lenta. A  implementação da política econômica do governo Trump envolve muitas questões comerciais e bilaterais de comércio exterior, principalmente entre EUA e UE, e o efeito dessas decisões redireciona o sistema financeiro mundial, impacta os fluxos de capitais (principalmente para os emergentes como o Brasil) e a tendência é de um fortalecimento do dólar, gerando maiores dificuldades de acessar o mercado interno norte-americano. Até mesmo a China pode ser afetada se Trump seguir com sua promessa de priorizar indústrias americanas.

O câmbio deve se manter volátil pelo menos até o início do governo Trump, mantendo a moeda brasileira pressionada. Acho pouco provável que aconteça uma mudança de percepção sobre a tendência econômica anunciada durante a sua campanha, sendo que o anúncio de seu quadro ministerial e equipe econômica e que emitirá os sinais concretos da direção e real intenção de Donald Trump. Caso esta equipe não inspire confiança, os mercados globais tenderão a reagir com bastante volatilidade. Aliás, esta é a única coisa que é certa: muita volatilidade.

Como sempre, é preciso ver o lado bom das situações. Novamente seremos forçados a agir rápido nas reformas internas, sendo que a fiscal já está em curso e a previdenciária que não pode mais ser adiada. É preciso destravar a economia e nos prepararmos para o efeito externo que poderá não ser nada agradável para nós que já estávamos mais confiantes para uma retomada do crescimento em 2017.

O elefante é o representante oficial do Partido Republicano. Para nós resta esperar que os próximos 4 anos representem a força e a inteligência desse animal e não seu conservadorismo e pretensão. Com a habilidade que Donald Trump demonstrou até aqui, em toda sua carreira empresarial e recente carreira política, só nos resta esperar que essa força também nos ajude a crescer e avançar economicamente.

Leia mais
Tecnologia
Televisão Pontocom
14 de novembro de 2016 at 17:31 0
O desafio de criar um modelo de negócios sustentável e inovador é a marca da era da internet. Gerar valor a partir de uma ideia é tarefa ousada e com resultado incerto, por isso a decisão de empreender e investir não pode ser feita levianamente. Analisar os cenários é fundamental para não ter prejuízos como os que aconteceram no estouro da bolha da internet, no início dos anos 2000. Google, Yahoo!, Aol e outras sobreviveram à queda da Nasdaq e mostraram a capacidade de se reinventar é tão importante quanto um forte padrão de negócios, que seja lucrativo e possa ser replicado. O curioso é ver que quase 20 anos depois estamos diante de uma nova revolução. Todos sabemos que a chamada web 2.0 modificou a maneira como a comunicação com as massas é feita, no entanto o modelo mais tradicional, a televisão, agora quer conversar com as “pontocom”. Já era de se esperar que isso viesse a acontecer um dia. O acesso a tablets e smartphones aumentou muito nos últimos anos. Estudo encomendado pela LG Eletronics estima que 32% dos aparelhos de televisão no Brasil são smart e 91% deles estão conectados à internet. Se adicionarmos os dispositivos Chromecast, Apple TV e Nexus Player, acredito que esse número pode alcançar quase metade dos televisores no país. Toda essa facilidade muda a relação da televisão com os telespectadores. Segundo o Youtube, jovens entre 13 e 24 anos assistem cerca de 3 horas semanais a mais de vídeos na plataforma, em oposição à televisão tradicional. Além disso, sentem-se melhor ao escolher o que querem assistir. A criação de conteúdo especificamente para consumo “on demand” é uma aposta interessante do ponto de vista dos negócios. Já falei sobre como a utilização de games pode transformar o marketing. Acredito que da mesma forma a utilização de várias plataformas pode mostrar um conteúdo mais rico e dar novas possibilidades tanto a investidores de tecnologia quanto a anunciantes. Há muitos anos as redes de televisão brasileiras vêm ensaiando entrar no mercado web e apesar de não existir uma fórmula perfeita, saber conversar com a audiência é a parte mais importante do processo. No Canadá, a Rogers Communications Inc. decidiu concorrer com a Netflix e criou a Shomi. O serviço de streaming ficou no ar por menos de dois anos e deu prejuízos de aproximadamente R$ 250 mi e os executivos das empresas afirmaram que este tipo de negócio é mais difícil de gerenciar do que parece. Nas redes sociais a audiência da Shomi lamentou a decisão e deu várias sugestões de como o streaming poderia melhorar. O canal Viva foi uma tentativa da Rede Globo de valorizar seu catálogo e combater a pirataria de seu acervo e deu tão certo que chegou a liderar a audiência da TV paga com a reprise de novelas em 2015. A audiência da Rede Globo é tradicionalmente receptiva, porém a inauguração dos serviços GloboPlay e Globosat Play foi no sentido de acompanhar a tendência da migração do consumo ativo de conteúdo pelas novas gerações. Com uma conexão simples de internet em um computador ou tablet, é possível a todo o acervo da maior emissora de televisão do país. A Globo vai virar um Netflix brasileiro? Não, mas certamente ela se posicionou para diminuir a distância entre ela e o gigante do streaming, especialmente no que diz respeito aos valores cobrados dos assinantes: R$ 14,20 por mês ou cadastro nas TVs por assinaturas parceiras. Nenhum povo é igual ao outro e essas diferenças culturais refletem no mercado. A migração do analógico para o digital pode ser feita, mas deve ser planejada com calma para dar resultado. O episódio canadense ensina que serviços como esse devem estar bem adaptados às novas comunicações, que é de duas vias entre a empresa e o telespectador. E o brasileiro que não basta mais uma boa ideia e investimento, é preciso falar o que o público quer ouvir, de maneira criativa. O pioneirismo consiste não apenas em chegar na frente, mas estipular um novo padrão. Será que conseguiremos imaginar onde o futuro pode nos levar?
Leia mais
Bolsa, Investimentos
Fundo de Vícios: A estabilidade do politicamente incorreto no mercado de ações
28 de outubro de 2016 at 10:14 0

Fundo de Vícios: A estabilidade do politicamente incorreto no mercado de ações

Semanas atrás falei sobre o Índice de Sustentabilidade e como apostar em uma gestão que apoia o desenvolvimento sustentável faz a diferença na reputação da empresa frente aos investidores e consumidores dos seus produtos. É interessante desenvolver a questão, uma vez que mercados mais sofisticados tendem a segmentar melhor os grupos de ações, dando ao investidor opções para diversificar em momentos de crise.

Um desses segmentos é o chamado The Vice Bin, constituído de empresas consideradas politicamente incorretas, do ramo de tabaco, bebidas alcoólicas, armamentos, cassinos e outras e, questões morais à parte, o raciocínio é que as pessoas não param de beber, fumar ou jogar em decorrência da crise, pelo contrário.

Antes de prosseguir é importante salientar que não há juízo de valor do mercado em relação a esses fundos, no entanto alguns investidores possuem uma política de responsabilidade social que os impede de aplicar nesses fundos. Com o esvaziamento dessas carteiras as ações ficam mais baratas e a rentabilidade maior. Os investidores procuram ações de empresas que sejam estáveis e tenham boa rentabilidade e as empresas listadas nesse nicho oferecem esses atributos, pois atuam em setores chamados inelásticos, ou seja, a demanda por esses produtos não flutua em razão de instabilidades políticas ou econômicas.

A título de curiosidade, na Bolsa de Valores de NY, as ações da Phillip Morris tiveram, de janeiro a março deste ano, uma alta de 27,4% em relação ao ano passado. Já no Brasil, a AMBEV e a Souza Cruz têm se destacado pelos bons resultados e acumulam ganhos acima dos papeis de outras empresas.

Isso não significa que não haja riscos. As empresas de cigarro sofrem processos judiciais milionários e que têm impacto direto no valor de suas ações. Já as empresas de bebida alcoólica dependem dos resultados de outros setores que determinam a oferta dos produtos - como a produção agrícola de cevada e lúpulo, por exemplo. Outro ponto a se considerar é que muitas vezes as exigências para as empresas desses fundos são maiores em termos de governança e responsabilidade social, para melhorar a imagem junto ao público.

Nos Estados Unidos e Europa esse segmento vem obtendo sucesso e resultados muitos bons ao investidores, mas não há indícios de que esse setor possa se instalar no Brasil tão cedo. A confiança no mercado é a principal variável para que exista esse nível de segmentação e a Bolsa de Valores brasileira ainda tem muito o que caminhar nesse aspecto.

Leia mais
Bolsa
Excelência na Bolsa de Valores: O Novo Mercado no Brasil
20 de outubro de 2016 at 16:49 0
card_sauls_20_10 Todos sabem que defendo a reforma do modelo de negócios brasileiro da Bolsa de Valores, por isso venho acompanhando atentamente as discussões sobre as mudanças no Novo Mercado. Ainda é cedo para formar uma opinião mais contundente, entretanto já é possível visualizar o impacto de alguns pontos que estão sendo debatidos. Para quem ainda não conhece, o Novo Mercado é uma importante classificação e que indica as empresas com melhores práticas de governança corporativa. Transparência na gestão, metodologia de redução de riscos aos investidores, prestação de contas e especialmente equidade com os minoritários são recorrentes neste segmento e vão além do que é exigido na legislação. Como consequência, as empresas que estão inseridas nesta listagem detêm mais credibilidade e uma maior percepção de confiança por parte dos investidores. É preciso lembrar que até chegar ao Novo Mercado as empresas devem atender os itens dos níveis I e II, todos relacionados com a construção de um mercado forte e confiável. Quando foi criado o Novo Mercado no ano 2000, alguns requisitos que eram diferenciais de alta qualificação hoje são obrigatórios. Essa evolução tem relação com o amadurecimento do mercado e é preciso registrar que a CVM vem fazendo um bom trabalho de ajustar a legislação e as normativas à nova realidade, tornando obsoletos alguns desses requisitos. Um dos pontos de maior contenção prevê a saída voluntária ou decorrente de reorganização societária. A proposta feita pela BM&FBovespa condiciona a saída das empresas do Novo Mercado à aceitação da OPA (oferta pública de aquisição de ações) e concordância expressa de mais de 50% dos acionistas titulares das ações em circulação, para combinarem o preço mínimo das ações. Essa é uma proposta ousada, pois dá voz aos minoritários, já que hoje a única condicionante é a OPA e a saída da listagem é muito mais fácil que a entrada, o que prejudica os pequenos investidores. A proteção dos minoritários é primordial para dar ao mercado a credibilidade necessária a aumentar o aporte de capitais no país, mas não podemos esquecer que estimular mecanismos de fiscalização e controle também é. Em tempos de operação Lava-Jato, ter um conselho administrativo que passe segurança de suas decisões é essencial para se alcançar um novo patamar de qualidade em administração. Já mencionei aqui sobre o Índice de Sustentabilidade e agora a responsabilidade socioambiental também deverá se tornar requisito para a excelência em governança para a Bolsa. Apesar de esperada há muito tempo, essas mudanças vêm causando debates intensos e colocando em aberto questões que estiveram adormecidas por anos. A própria CVM caminha na direção de criar um código de governança corporativa único para todas as empresas no mercado o que deve fazer com que o Novo Mercado tenha outra reviravolta.  Os próximos encontros sobre a questão devem ocorrer no início de novembro e em fevereiro de 2017. Sigo acompanhando e aspirando por uma mudança significativa que leve o mercado de capitais brasileiro ao patamar de excelência das maiores Bolsas do mundo.
Leia mais
Finanças, Política
Os efeitos positivos da PEC 241 na economia
14 de outubro de 2016 at 17:24 0

13_10_ss

A PEC que limita os gastos públicos no teto da inflação e sua aprovação foi, sem dúvida, a notícia mais recorrente nos últimos dias. A discussão sobre assunto tomou grandes proporções uma vez que praticamente todos os setores do governo e da economia se posicionaram contra ou a favor e atraíram a atenção para o assunto até mesmo de pessoas que não dominam a matéria econômica.

É preciso ter um olhar macro sobre a situação. A relevância da PEC do Teto, como foi apelidada, reside em fortalecer a percepção dos investidores de que o Brasil é capaz de conter seus gastos e não ficar à deriva, em rota de colisão com um dívida pública incontrolável.

Divulgar informações fora do contexto faz com que a opinião pública tenha uma compreensão equivocada dos fatos, especialmente no que diz respeito ao comprometimento dos investimentos sociais, como saúde e educação. Antes de mais nada é preciso ter em mente que o orçamento brasileiro é muito amplo e é possível remanejar as prioridades em setores tão relevantes e que merecem atenção especial, como estes.

Acredito que o maior trunfo que a PEC 241 pode proporcionar neste momento é recuperar a confiança dos mercados em geral. Esta confiança traz de volta os investimentos, tanto nacionais quanto estrangeiros, além de um maior entendimento sobre o governo do Presidente Michel Temer, que aparenta ter por base e ponto central o compromisso político com a economia, fazendo as coisas voltarem ao rumo, ou seja, fazendo uma gestão financeira e econômica responsável. Não resta outro caminho para a consolidação de seu governo e aceitação popular. Não será uma campanha de marketing ou reposicionamento de imagem que fará com que a população esqueça o desgaste sofrido pela atual administração durante processo de impeachment.

O grande desafio ainda será mostrar ao país que um mínimo de organização fiscal sera benéfica para todos, inclusive para ampliar os benefícios sociais que são demandados pela população. Superar esta etapa será decisivo no sucesso ou não dessas reformas.

Com aprovação desta PEC o caminho está aberto para a redução de juros. A volta gradativa dos juros a patamares aceitáveis beneficia todos os setores econômicos e, em especial, a produção de modo geral e o mercado imobiliário, que se beneficiam e voltam a ter condições mínimas de juros compatível com a curva do setor.

O movimento natural de uma melhora econômica passa primeiramente pelo mercado de capitais, que antecipa os movimentos futuros da economia real. Poderemos ver nos próximos meses uma recuperação real nas atividades produtivas.

O ministro da economia Henrique Meirelles, assim como o presidente, sabem que tudo começa com o ajuste nos gastos e apostaram pesado na aprovação da PEC 241. Aparentemente, ao obter sucesso nesta jogada, abriu-se caminho para que outros desafios econômicos e políticos estejam brevemente na agenda das reformas, sendo que a mais relevante será a da Previdência Social - sem dúvida um outro enorme desafio.

Duas questões também em pauta se destacaram pela sua importância no período. Dada a relevância da Petrobrás para o país, a aprovação do fim da participação compulsória da empresa na exploração do pré-sal dá oportunidade para que outros players do setor façam esses investimentos. O valor de mercado das ações praticamente triplicou e voltou ao patamar de 220 bilhões, muito em função da percepção de uma gestão mais transparente e mais independente, já que todos sabem da importância social da empresa e esta também sabe que tem contas a prestar aos acionistas.

Também a  possível mudança na lei de repatriação de Recursos (PL 2.617/15) fazendo correções mais inteligentes e possivelmente arrecadando mais, deve entrar em breve na pauta do Congresso. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, fez um esforço no sentido de que todos possam se aproveitar do beneficio de ter uma arrecadação mais robusta e que beneficie toda sociedade, uma vez que essa medida proporciona a possibilidade de diminuir a necessidade de aumentar impostos. Concretamente esta é a única variável de curto prazo que pode ser traduzida em arrecadação direta no curtíssimo prazo.

Não se trata de justiça social, mas sim efeito caixa, já que temos um déficit gigante. Simplesmente poderemos diminuir, com esta conta, o que pode chegar a ser R$ 15 bi a R$50 bi, dependendo da segurança jurídica que dará aos beneficiados. Caso se concretize, ajudará a resolver problemas dos estados da União e melhorar a nossa conta corrente.

Acredito que temos uma janela aberta, que nos traz esperança de podermos voltar a crescer mesmo que timidamente e com os enormes desafios e adversidades a serem superados.

A PEC 241 não é a solução no presente, mas sem dúvida é a solução para o futuro do país nos próximos 20 anos.

Leia mais
Outros assuntos
Sustentabilidade Empresarial – uma oportunidade de negócio
4 de outubro de 2016 at 17:07 0
27_09_ss Mais do que uma palavra da moda, sustentabilidade é um conceito importante e que começou a ser definido e moldado da maneira como o conhecemos pela Comissão Mundial de Desenvolvimento e Meio Ambiente da ONU. Ficou definido que os países deveriam buscar o desenvolvimento sustentável, ou seja, deveriam ser capazes de suprir as necessidades da geração atual sem comprometer as necessidades das gerações futuras e tinham de fazer isso de uma forma ecologicamente correta, economicamente viável, socialmente justa e culturalmente diversa. Parece complicado, mas quando se pensa a longo prazo percebemos que ações predatórias colocam em risco não apenas o meio ambiente, mas a possibilidade de desenvolver uma economia que floresça. Preservar o meio ambiente, com ações que diminuam a desigualdade social, promova a riqueza e inclua as pessoas em suas especificidades é mais do que um discurso, é também uma marca que as empresas podem deixar na sociedade. A mudança do mindset, ao pé da letra: mentalidade, no que se refere à implantação de um projeto de sustentabilidade é maior do que apenas trocar copos descartáveis por canecas. São muitas variáveis e o principal ganho é intangível, com a mudança da cultura da empresa sendo disseminada por seus funcionários e famílias. Ganha a comunidade. Só que um negócio precisa de indicadores precisos que possam ser apresentados nas mesas de reunião e na captação de investidores. Desde 1999 o Índice Dow Jones de Sustentabilidade avalia a performance financeira e de sustentabilidade das empresas que o integram. Ligado à Bolsa de NY, esse índice demonstra quais empresas são capazes de gerar valor a longo prazo através do cumprimento de requisitos predeterminados que passam por todas as áreas da empresa. A Bovespa também possui um índice semelhante desde 2005 (ISE- Índice de Sustentabilidade Empresarial) que, atualmente, é composto por 30 empresas avaliadas através de um questionário desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas. Além das vantagens óbvias em apoiar a utilização racional de recursos da empresa, como a diminuição de gastos com água, energia, materiais de consumo e outros, a tendência mundial é que organizações que invistam em sustentabilidade tenham vantagens em linhas de crédito específicas – realidade já no Banco do Nordeste e no BNDES. Os papéis dessas empresas também costumam ter um bom rendimento e são estáveis, mesmo em época de crise. Identificar novas oportunidades de negócios, com ética e olhar para o futuro, é uma realidade ainda desconhecida por muitos, infelizmente. É possível adotar medidas práticas que tenham impacto positivo na comunidade empresarial e que favoreçam o desenvolvimento da sociedade como um todo.
Leia mais
Finanças
Indicadores econômicos na tomada de decisões
12 de setembro de 2016 at 18:08 0
12_09_ss  
Em economia temos indicadores para tudo. Pessoas trabalhando, bens produzidos, moeda circulante, exportação, importação, taxas de juros, dívida pública, operações de crédito, volume de vendas no varejo. Pense em um assunto e provavelmente teremos um indicador econômico, oficial ou não, para demonstrar a saúde desse setor – seguramente também com "série histórica" para efeito comparativo. O acompanhamento de indicadores econômicos é parte fundamental para o sucesso no mundo dos negócios. Enquanto para a maioria da população são apenas números e letras aleatórios, para os empreendedores o fato de acompanhar esses dados pode ser a diferença entre o sucesso e a falência. Com acesso à divulgação desses indicadores conseguimos, também, traçar um panorama da saúde econômica brasileira. Os indicadores já conhecidos dos meses de julho e agosto deste ano, por exemplo, reforçam a percepção de que o terceiro trimestre de 2016 deve ser mais um período de acomodação da economia. À primeira vista e para quem não entende muito do jargão econômico parece uma notícia ruim, mas assim como a sociedade brasileira, o mercado também está se adaptando ao novo governo. Prova disso é que o Indicador de Investimento da Indústria, elaborado pela Fundação Getúlio Vargas, subiu 7,9 pontos em relação ao mesmo período de 2015. Isso significa que o investidor ainda não tem certeza de onde e como vai aplicar o capital, mas já começa a vislumbrar um cenário menos negativo para seus negócios. O Indicador de Preços ao Consumidor Amplo, IPCA, considerado o medidor da inflação no país, mostra que já houve desaceleração entre julho e agosto, apesar de ainda ser a mais alta para o mês, desde 2007. O IPCA é importante, pois calcula tudo que pagamos no dia a dia: supermercado, escola, transporte. Conseguimos até, através do IPCA, calcular o impacto que as Olimpíadas tiveram no nosso bolso e ver claramente que o preço da alimentação, bebidas e hospedagem no Rio de Janeiro teve forte impacto nos números da inflação do país inteiro. Como disse anteriormente, os brasileiros e o mercado ainda estão se adaptando ao novo governo. Ainda sentiremos durante anos o impacto dos quase 14 anos de governo do PT sobre nossa economia. E não são poucos meses de uma nova política econômica que irão corrigir mais de uma década de decisões mal planejadas. Uma coisa é certa, a cada dia que passa estamos com mais acesso à informação e menos sujeitos a sermos pegos desprevenidos. A utilização destes indicadores como suporte na tomada de decisões é importante para o investidor e, especialmente, para nortear o governo na direção de um país mais próspero para todos nós.
Leia mais